O mote para o treino começava com:
“Com a aproximação de Grandes desafios, impõem-se Grandes treinos.
A proposta apresentada tem como objectivo principal testar o Equipamento e a Máquina para o MIUT, mas também serve para o UTSM, OMD e afins…”
Objectivo para 2014 concluir o UTSM – check!
Necessário testar o equipamento – check!
Necessário testar a máquina num desafio ambicioso – check!
Respondido o quiz da morte com 100% de respostas positivas, que decisão haveria a tomar senão a de participar neste enorme desafio?!
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O Vargas ainda estava meio dentro meio fora e aqui o João Mata ainda se ria!!! |
E digo enorme desafio porque o proposto era um treino de 55 Kms, com mais de 2500 metros de desnível positivo, a acompanhar alguns craques do pelotão no que às Ultra Maratonas diz respeito, num treino a começar à meia-noite para simular o início do MIUT e do UTSM.
E assim à hora combinada, meia-noite, lá estava no meeting point combinado, o bonito Palácio Nacional de Sintra. Feitos os cumprimentos e apresentações da praxe, o grupo de cerca de 20 atletas lá partiu para as entranhas da Serra de Sintra.
A noite esteve sempre fabulosa! Lua cheia e uma temperatura muito agradável para correr, pelo que nunca foram necessários casacos, luvas ou outros acessórios para o frio. O cenário apresentava-se perfeito para um excelente treino.
O percurso foi sempre espectacular, com passagem por trilhos e por paisagens fabulosas. Não faço ideia do nome de todos os sítios por onde passámos, mas o percurso que fizemos está aqui para quem gosta de ver estas coisas:
http://www.strava.com/activities/121060316/embed/a82ad7a1dc7ae985d419d535f8e75302eedbfc6b
A imagem que me ficou na memória foi a de algures ali para o Guincho, olhar para o mar, e ver a lua reflectida nas águas calmas do atlântico, e a iluminar uma fileira de árvores no cimo da falésia. Excelente imagem a preto e branco e daquelas que dava uma fotografia muito bonita.
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Uma das paisagens que observámos.Crédito de todas as fotos: Paulo Pires. |
Voltando ao treino, apanhou-se um pouco de tudo, incluindo saltar muros, vedações, ou passar por cima ou por baixo de portões trancados, em percursos quase sempre de terra, mas também alguns quilómetros com empedrado, e ainda alguns locais com muita pedra. As subidas, essas foram mais do que muitas, e reflectiram-se nos mais de 2300 metros de desnível positivo com que terminámos.
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O portão não abria mas há sempre solução. Uns foram por cima outros foram por baixo 🙂 |
Por volta dos 32 Km, seriam umas 5 e picos da manhã, o grupo dividiu-se. Uns por encontrarem já empenados e outros por falta de tempo para fazer o percurso mais longo, decidiram ficar pela Malveira onde tinham carros à espera. Os resistentes seguiram pelo meio dos trilhos e logo com uma subida de respeito, a famosa “sai de gatas”, que confesso custou um bocadinho a subir, mas foi apenas mais um entre desafios. Depois mais trilhos, mais subidas, mais descidas, e com o tempo a passar muito depressa optou-se por encurtar um pouco o treino, tendo este terminado com 50 Km e não com os 55 Km inicialmente previstos. Eram cerca das 8h10 quando chegámos novamente a Sintra e ainda tivemos de esperar que a Piriquita abrisse às 8h30, para repor calorias com uns belos Travesseiro.
Foi um excelente treino, a primeira vez que corri 50 Km e dar muita confiança para as provas que aí vêm: UT do Piodão, Gerês Trail Adventure e claro o UTSM.
Só posso agradecer a todos os que participantes e em particular ao Didier que organizou o treino, pela boa disposição constante e pelos espectaculares momentos que passámos a correr madrugada fora.
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Os companheiros de treino. A vista do pessoal a subir e a iluminar o caminho é sempre espectacular! |
No que diz respeito aos testes de equipamento e da máquina, os resultados foram bastante positivos.
A mochila Raidlight Ultra Olmo mostrou-se bastante confortável e prática ao longo de todo o percurso, nunca se fazendo sentir os cerca de 4 Kg extra que levava às costas.
O relógio A-Rival Spoq 100, sempre a registar segundo a segundo toda a informação. Track carregado, sempre a mostrar informação clara acerca do percurso, e no final das 8 horas de corrida a bateria mostrava ainda 70% de capacidade disponível.
O frontal Led Senser H7R.2 simplesmente espectacular. Sempre a funcionar até pouco depois das 6 da manhã quando o clarear o tornou desnecessário, e sem grande gestão da luminosidade, sempre que era necessário acelerar mais um pouco os 300 lumens eram sempre imprescindíveis para evitar qualquer percalço, nem chegou a dar o primeiro aviso de bateria descarregada. É sem dúvida uma grande mais-valia para correr à noite.
A alimentação: alguns pormenores a afinar, mas o correr em grupo e com atletas melhores que nós também não permitem uma gestão da corrida com os nossos timings. Por volta das 6h começou a dar-me a fome e deveria ter parado 10 minutos para comer uma das sandes de presunto que tinha comigo. Mas como não parámos, não consegui comer a não ser umas barras que também levava comigo até chegarmos até Sintra. Desta vez não houve dores de barriga, a hidratação foi boa, e com uma gestão da corrida mais personalizada em principio este é um ponto que está sob controlo.
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Eu, o Vargas e o Mata. O Mata já estava a olhar para o relógio e a pensar que estava na hora de se ir deitar 🙂 |
A máquina: Foi a primeira vez que corri 50 Km e senti-me bastante bem. É claro que a performance está longe ser a melhor, mas comecei nos trails há 3 meses pelo que há muita margem de progressão para melhorar. As subidas continuam a ser o ponto menos forte, mas com mais treino este aspecto melhorará. A descer e em plano não há grande problema e foi bom chegar aos 50 Km e perceber que poderia continuar por mais quilómetros sem qualquer problema. A gestão do esforço durante a corrida continua a ser talvez o meu ponto forte, e neste treino não foi diferente, e sem grandes aventuras de ritmo senti-me bem e confortável ao longo de todo o percurso.
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Eu e o Vargas, a brilhar algures no meio do treino. |
Um abraço especial para o Vargas e para o Mata, o primeiro porque vai ser o meu companheiro de aventuras nos três desafios que se seguem, e que foi convencido por mim a vir a este treino que completou igualmente com sucesso. E o Mata que se deixou convencer pelo Vargas a vir também treinar, e que terminou pelos 32 Km já com alguma dificuldade, mas é claro, melhores treinos e provas virão.
Continuação de bons treinos e de melhores provas!!!
… ontem andei a bricolar. O berbequim era tosco … eu também.
Cansei-me sem andar tanto caminho. Vocês são uns valentes!!!!!
🙂
[…] O ano passado também fiz com este grupo um treino equivalente, com o intuito de preparar a minha estreia nos 100 Km do Ultra Trail de São Mamede e que podem ler ou reler clicando aqui. […]