II Dura Trail Proaventuras

Decidi participar no II Dura Trail ProAventuras à última da hora, como primeiro de dois treinos longos a cumprir no fim-de-semana. Foi nesta perspectiva mais descontraída que abordei esta prova, sendo o objectivo treinar e não fazer um tempo eventualmente mais rápido.

Sábado de madrugada lá acordei e rumei até aos Bombeiros Voluntários de Setúbal, local onde teria de levantar o dorsal e onde teria igualmente a partida desta prova.

A partida era às 9h00 e cheguei um pouco antes das 8h00, pelo que deu tempo de sobra para levantar o dorsal, agradecer ao Lívio Nuno que por se encontrar lesionado me cedeu o seu dorsal para a prova e, encontrar e conversar com uma série infindável de amigos das corridas, uns que iam participar na prova mais longa de 35 Km e outros que se iriam ficar pelos 22 Km.

Quase a chegarem as 9h00 e foi tempo de agrupar para o controlo zero e partir pouco depois. O dia estava bonito com o céu azul e o sol a brilhar no alto, a indicar que os 27º previstos iriam mesmo ser atingidos.

Soou o apito para a falsa partida e lá foram os cerca de quatrocentos atletas rumo à Serra da Arrábida; falsa partida porque antes da partida oficial ainda se rolou perto de 1600 metros entres os Bombeiros, a Av. Luísa Todi e a subida para o Forte de São Filipe. Aí soou de novo o apito e foi dada a partida oficial do Dura Trail.

A subida permitiu o pelotão alongar um pouco e entrámos em zonas de trilhos muito bonitos, com vista para o Rio Sado e a península de Tróia que fazem qualquer um sonhar acordado. A estratégia para a prova era rolar calmamente num ritmo controlado, pois se no Sábado eram 35 Km no Domingo iria correr mais 30 Km, e convinha chegar ao final do fim-de-semana inteiro e sem mazelas. A organização da prova foi muito boa, com todo o percurso bem sinalizado quer com fitas quer com um sem número de voluntários que ajudaram na organização, e ainda com abastecimentos muito completos que não permitem queixas aos atletas mais exigentes. A acompanhar o percurso existiam igualmente as famosas tabuletas com nomes tão sugestivos como Brutassauros por exemplo, que nos faziam antecipar um pouco aquilo que nos esperava nos metros ou quilómetros seguintes.

A minha corrida foi bastante tranquila, inicialmente mantive um ritmo razoável a subir e acelerei um pouco a descer, mas ao fim da terceira descida acentuada decidi acalmar e rolar mais calmamente até final. Com excepção de alguns dos single tracks já conhecia grande parte do percurso que corremos, mas curiosamente sempre o corri no sentido contrário ao que se fez nesta prova pelo que acabou sendo na mesma uma novidade. Já a subida para a Vigia, o ponto mais alto desta prova, não era novidade. Logo no início da subida encontrei o meu amigo Maré que andava a passear pela serra e ainda perdi uns 4 ou 5 minutos a por conversa em dia. Aí perdi o contacto com a atleta Ana Cristina com quem tinha ida até ali em modo: ora vais tu à frente ora vou eu, o que curiosamente também já tinha acontecido no Grande Trail da Serra d’Arga. A chegada à Vigia é sempre espetacular com uma vista fantástica de 360º, de onde se pode ver quase tudo entre Sintra e a Comporta. Depois foi quase sempre a descer até Setúbal, com destaque para duas coisas que detesto: atravessar ribeiros com areias soltas e calçadas romanas. Acumular areia dentro dos ténis é incomodativo e perturba-me um pouco a passada, pelo que tive de parar e retirar areia por duas vezes para voltar ao conforto de corrida habitual.

Já quanto à calçada romana não há qualquer hipótese de gostar; e a citação “estes romanos devem estar louco” aplica-se na perfeição quando imagino o romano que planeou tais caminhos. Aqui não tive outra solução que não a de abrandar e desejar que a tal calçada terminasse o mais depressa possível para voltar a correr em condições. Depois de todo este sobe e desce ainda houve tempo para um single track rápido até à praia, de onde faltavam cerca de 2 Km até à meta. Foram dois quilómetros partilhados entre a areia da praia e o passeio marítimo, a fazer-me relembrar por instantes a dureza da Ultra Maratona Atlântica, mas o cheiro a meta era já tão forte que já nada me impedia de manter o ritmo forte até à meta.

No final foram 38 Km e não os 35 anunciados, que cumpri em 4h51, perfeitamente dentro do que tinha estabelecido como objectivo para esta prova.

Já não cheguei a tempo da aula de zumba, mas cheguei muito a tempo de comer uma fantástica massa de peixe oferecida pela organização.

Em resumo o Dura Trail é uma prova muito bem organizada, num percurso de beleza ímpar e que certamente todos os que gostam de trail running deveriam experimentar. Para o ano há mais!!!

Fica aqui um cheirinho do Dura Trail 2014 captado pela câmara do atleta Pedro Cavaco:

E para quem gosta destas coisas o link com o percurso e com a minha participação.

Continuação de bons treinos e boas provas!!! 😉

Sobre mim…

Chamo-me Nuno Gião e sou um atleta de pelotão que gosta de correr longas distâncias. Se há uns anos atrás me tivessem dito que ia correr uma meia maratona eu chamaria louca a essa pessoa. Imaginem se me dissessem que em 2014 iria correr uma prova 100 Km... Actualmente corro Ultra Trails, participo em desafios de endurance na natureza e é sempre uma enorme satisfação que cruzo as mais fantásticas paisagens. Tento superar os diversos desafios a que me proponho. A vida é demasiado curta e bonita para ser desperdiçada sentado num sofá.

2 Comments

  1. Rui Abrantes
    27/10/2014
    Reply

    Concordo 100%, prova impecavel!!

  2. João Fonseca
    28/10/2014
    Reply

    Parabéns pelo testemunho.

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