Após um início de 2015 intermitente no que diz respeito a treinos, consegui finalmente regressar à “normalidade” das semanas de treinos e começar a cumprir o plano que defini para preparar a participação no MIUT. O estado de forma diminuiu significativamente, para valores 50% abaixo da forma de há três meses atrás, e o período natalício fez-se sentir com o regresso de uns quilitos a mais, dos que tinham sido perdidos ao longo do ano de 2014. Foi com esta consciência, que decidi participar no Trail Run Socorro e Archeira para fechar a primeira semana de treinos de 2015.
Esta prova organizada pela Turres Offroad, apresentava duas distâncias, 18 e 29 Km, tendo eu participado na variante de 29 Km. O percurso era apresentado como muito difícil, fruto dos 1600m de desnível positivo que eram anunciados, mas a maior dificuldade seria fruto das condições climatéricas que se fizeram sentir nos dias anteriores à prova, dias com chuva e muita chuva, que tornaram o percurso tipo sobe e desce numa aventura cheia de lama e água. No Domingo a sorte esteve do lado dos atletas e durante a prova não choveu, apesar do frio e da humidade que se fazia sentir no ar.
A minha expectativa para a prova era a de rolar, sem grandes esforços, com o objectivo de acumular quilómetros nas pernas e ganhar forma para os desafios futuros. Foi com este espirito que comecei a correr após a partida mais original que assisti até hoje, com um grito de: “um, dois, três, partida!!!”.
Apesar de não termos combinado qualquer estratégia de corrida, acabei fazendo a totalidade do percurso com o Nélson Marques, o que permitiu passar o tempo de prova sempre na conversa.
A história da prova é de facto muito curta. Foi iniciar no Dolce Campo Real Resort, subir a Serra do Socorro, descer a Serra do Socorro, subir a Serra da Archeira, descer a Serra da Archeira, e terminar no Dolce Campo Real Resort. É claro que para perfazer o desnível positivo anunciado, o percurso não foi assim tão simplista pois tivemos de subir e descer várias vezes ambas as Serras como podem constatar clicando aqui, se pretenderem ver o mapa e o perfil altimétrico da prova. Mas a lama foi de facto a maior dificuldade, diria que uns bons 17 a 18 Km do percurso foram feitos em lama, piso barrento ou em piso mole em muito mau estado, o que dificultava bastante a progressão, sobretudo a subir, onde a falta de tracção no terreno era em alguns locais mesmo muito má. Houve também a passagem por duas linhas de água, talvez cerca de 2 Km do percurso, em que tivemos de percorrer com água até ao joelho e a adivinhar onde púnhamos os pés, parte do percurso de muito difícil progressão mas talvez das mais divertidas de se fazer. A água gelada soube bem e ajudou a recuperar os músculos das pernas do esforço que já traziam da primeira metade do percurso.
No final foram 5h17 de corrida, em ritmo leve leve tal como tinha preconizado.
A prova é muito bonita mas a névoa e humidade de Domingo não permitiram vislumbrar as paisagens destes locais. O percurso é duro, sobretudo com o piso no estado em que encontrava, mas nada do outro mundo, sendo um bom desafio para quem gosta de trail. A organização decorreu sem sobressaltos, mas na minha opinião deverá melhorar significativamente ao nível da segurança dos atletas em prova.
Um abraço para o Vargas e para a Jica que foram receber-nos ao final da prova, e outro para os meus colegas Fonseca e Moisés que escolheram esta prova, na variante dos 18Km, para baptismo no trail running. É caso para dizer que ficaram bem baptizados.
Continuação de bons treinos e boas corridas!!!
[…] aqui à porta de casa, e conhecendo já alguns trilhos para aquelas bandas como os que corri no Trail Run Socorro e Archeira, na realidade nunca tinha corrido por Lousa e […]