Não participei nos famosos Trilhos dos Abutres 2015, mas já tanto li, vi e ouvi sobre esta prova que é quase como se lá estivesse estado. Esta prova de 50Km, para quem não sabe, caracteriza-se por ser uma prova dura, com muita dificuldade técnica, em plena Serra da Lousã. Quando há condições climatéricas adversas, o que aconteceu este ano, com muita chuva nos dias anteriores e no dia da prova, os trilhos transforma-me em verdadeiras pistas de lama, e os cursos de água que num dia normal se atravessam sem problema transformam-se em verdadeiros desafios aquáticos para atravessar. Se também considerarmos a baixa temperatura atmosférica que se fez sentir, pode-se afirmar que o grau de dificuldade aumentou grandemente face a um dia em condições normais. Por este motivo muitos atletas, cerca de 40%, foram barrados numa das barreiras horárias impostas pela organização, não podendo assim completar a sua prova até ao fim.
Muitas criticas se levantaram contra a organização da prova, por esta ser intransigente e inflexível no cumprimento deste ponto do regulamento, cujo âmbito me parece mais para proteger os atletas de eventuais acidentes, do que as organizações por terem de esperar mais uns minutos ou umas horas pelos atletas.
Não fazendo eu parte desta ou de qualquer outra organização de provas, a minha opinião é a de que as organizações devem cumprir os regulamentos, sejam eles quais forem. Cabe aos atletas, antes de se inscreverem, lerem, avaliarem e concordarem os ditos, e se considerarem que estão em condições de completar o desafio proposto nas condições apresentadas, então sim inscreverem-se. Infelizmente o que observo cada vez mais, é atletas sem a preparação adequada tentarem completar desafios difíceis sem terem a noção daquilo a que se propõem fazer, e sem lerem sequer uma única vez o regulamento das provas.
No caso particular do Trilho dos Abutres 2015, li relatos de atletas que foram barrados por chegarem com 5 segundos de atraso, mas também li muitas e muitas reclamações de atletas que chegaram ao controlo com mais de 1 hora de atraso, reclamações que me parecem algo insensatas, até face às condições atmosféricas e do terreno da prova naquele dia. Um dos relatos que li e que demonstra bem que a esta organização agiu correctamente é partilhado no blogue quarenta e dois ponto dois que podem ler clicando aqui.
Outro ponto que me impressionou nas coisas que li e ouvi sobre esta prova, foram os diversos relatos de princípio de hipotermia que muitos atletas descreveram. Tal deveu-se à falta de equipamento adequado e à falta de sensibilidade de muitos atletas para as condições de frio e chuva que se faziam sentir. Como se costuma dizer, quem vai para o mar avia-se em terra, e se vamos para a serra ou montanha, e com condições atmosféricas muito adversas, todos os cuidados são poucos.

Há sobretudo que planear bem as provas em que participamos, para minimizar todos os riscos que possam ocorrer durante as mesmas, condições atmosféricas incluídas.
Um dos acessórios que transporto comigo em provas ou treinos em que sei que a temperatura pode vir a ser um problema é o Thermo Pad, um saquinho que pesa 30 ou 40 gramas, e que se activa naturalmente aquecendo as mãos até 8 horas, com temperaturas que podem ir até aos 65º!!! É só tirar da embalagem, sacudir, apertar na mão e/ou colocar dentro das luvas e já está. Aquecemos as mãos num instante, e minimizam-se os problemas térmicos que geralmente começam por afectar as extremidades.

E quanto custa esta maravilha da técnica? Menos de 2 Euros na generalidade dos sites que o comercializam. Podem ir ao site original do produto clicando aqui.
Continuação de bons treinos e boas provas (sempre em segurança 😉 )!!!
[…] que passarei duas noites em alta montanha, mais vale prevenir do que arriscar. E claro, os famosos thermopads também farão parte do meu […]
[…] falar em Abutres, relembro este artigo “Ainda os abutres…” que escrevi há um ano atrás, onde abordo o tema da hipotermia e onde sugiro alguns equipamentos […]
[…] com ventos gelados e até algumas pingas. Não descurem mesmo esta subida nocturna. Se tiverem thermopads não hesitem em aquecerem-se, mas vale manterem-se quentinhos do que entrar em […]