Rota Vicentina

Há dias em que apetecer parar tudo e partir à aventura. Desafiam-se alguns amigos, há sempre alguns doidos que se gostam de juntar a estes devaneios, e aí vamos nós.

O Last Minute Challenge que propus para a aventura do feriado de ontem, foi começar a percorrer o Trilho dos Pescadores da Rota Vicentina, rota esta que há muito estava nos meus planos começar a percorrer.

A Rota Vicentina é um percurso pedestre ao longo da costa Sudoeste de Portugal, com mais de 350 quilómetros para percorrer a pé, ou para quem preferir é claro, a correr. Divide-se em três tipos de percursos:

mapa_secciones2– O Trilho dos Pescadores: que contempla percursos entre Porto Covo e o Cabo de São Vicente, sempre junto ao mar, seguindo os caminhos usados pelos locais para acesso às praias e pesqueiros. Trata-se de um single track percorrível apenas a pé, ao longo das falésias, com muita areia e por isso mais exigente do ponto de vista físico. Um desafio ao contacto permanente com o vento do mar, à rudeza da paisagem costeira e à presença de uma natureza selvagem e persistente. Inclui um total de 4 etapas e 5 circuitos complementares, num total de 120 km.

– O Caminho Histórico: que percorre as principais vilas e aldeias num itinerário rural com vários séculos de história. Constituído maioritariamente por caminhos rurais, trata-se de uma clássica Grande Rota (GR), totalmente percorrível a pé e de BTT, com troços de montado, serra, vales, rios e ribeiras, numa viagem pelo tempo, pela cultura local e pelos trilhos da natureza. Inclui um total de 12 etapas e 230 quilómetros, entre Santiago do Cacém e o Cabo de São Vicente.

– Percursos Circulares: São percursos curtos com início e final no mesmo local, para que seja ainda mais fácil descobrir o prazer de caminhar no Sudoeste de Portugal. Actualmente existem cinco destes percursos, no Almograve, S. Luís, Troviscais, Santa Clara e Sabóia, que complementam e enriquecem os clássicos Caminho Histórico e Trilho dos Pescadores.

A proposta indecente que coloquei, como já referi, foi para iniciar a percorrer o Trilho dos Pescadores, e aproveitar o feriado para fazer as primeiras três etapas deste trilho, a contar de norte para sul. Assim as três etapas a percorrer foram: Porto Covo – Vila Nova de Mil Fontes; Vila Nova de Mil Fontes – Almograve; e Almograve – Zambujeira do Mar, num total de cerca de 60 quilómetros.

A ideia era a de fazer estas três etapas e terminar com um belo dia de praia na Zambujeira do Mar, mas o São Pedro não estava de acordo com isso e deve ter pensado: Já que estes doidos vão correr, não lhes vou dar sol para não se cansarem demais, mas vou proporcionar-lhes um bom clima para uma óptima corrida. E assim foi, o dia para a praia estava péssimo, mas o dia para correr estava óptimo.

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A alvorada foi às 5h00, nada melhor que acordar às 5h00 num feriado a meio da semana, pouco depois das 6h00 eu o Rui e a Sandra já rumávamos a Porto Covo para dar início a esta aventura, e pouco depois das 8h00 já se corria a primeira etapa do Trilho dos Pescadores.

Esta rota brinda-nos com cenários e paisagens espectaculares, daquelas de cortar a respiração, e não é por irmos a correr depressa demais ou correr em dunas enterrados na areia pelos tornozelos. É mesmo a beleza natural com que somos brindados, as enseadas, as praias secretas, o mar azul, os ninhos de cegonhas no topo das rochas, e muitas muitas outras coisas.

Continua…

Continuação de bons treinos e de boas provas!!!

Sobre mim…

Chamo-me Nuno Gião e sou um atleta de pelotão que gosta de correr longas distâncias. Se há uns anos atrás me tivessem dito que ia correr uma meia maratona eu chamaria louca a essa pessoa. Imaginem se me dissessem que em 2014 iria correr uma prova 100 Km... Actualmente corro Ultra Trails, participo em desafios de endurance na natureza e é sempre uma enorme satisfação que cruzo as mais fantásticas paisagens. Tento superar os diversos desafios a que me proponho. A vida é demasiado curta e bonita para ser desperdiçada sentado num sofá.

4 Comments

  1. 11/06/2015
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    Venha o resto dessa aventura que se advinha ter sido muito boa 🙂

    Abraço

Responder a Rota Vicentina: Porto Covo – Vila Nova de Milfontes | Nuno Gião Cancelar resposta

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