Ainda o Andorra Ultra Trail

Um dos Portugueses que participou na Andorra Ultra Trail, mais precisamente nos 170 quilometros da Ronda del Cims, foi o meu amigo e Capitão de equipa na aventura solidária Toca a Todos: João Colaço.

Este ano foi o melhor português ao terminar a Ronda del Cims na 19º posição, mas ainda assim o final teve um trago ligeiramente amargo pela falta de fairplay de dois outros atletas, que aproveitaram um erro do João para o passarem mesmo no fim da prova. O “espírito do trail” contradiz de todo este tipo de atitudes, mas sendo o Trail Running uma disciplina cada vez mais competitiva e com um número de praticante a crescer enormemente todos os dias, não me espanta nada que o “espírito do trail” comece cada vez mais a rarear por esses trilhos fora.

Fica aqui o testemunho do João Colaço ao Jornal de Leiria.

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NOTA: Imagem retirada do facebook do João Colaço, com o artigo publicado no Jornal de Leiria

Continuação de bons treinos e de boas provas!!!

Sobre mim…

Chamo-me Nuno Gião e sou um atleta de pelotão que gosta de correr longas distâncias. Se há uns anos atrás me tivessem dito que ia correr uma meia maratona eu chamaria louca a essa pessoa. Imaginem se me dissessem que em 2014 iria correr uma prova 100 Km... Actualmente corro Ultra Trails, participo em desafios de endurance na natureza e é sempre uma enorme satisfação que cruzo as mais fantásticas paisagens. Tento superar os diversos desafios a que me proponho. A vida é demasiado curta e bonita para ser desperdiçada sentado num sofá.

4 Comments

  1. 22/07/2015
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    Boa tarde Nuno,

    Pessoalmente, e volto a frisar, é a minha opinião pessoal, não estou de acordo com a “desilusão” relatada no Jornal pelo atleta João Colaço. Num qualquer treino compreendia e subscrevia as palavras, agora numa prova, que é o que estamos a falar, não estou de acordo.

    Seja em trail, em estrada, terreno misto ou afim, uma prova é uma competição. Pressupõe (que dentro das regras estipuladas no regulamento) se tente chegar do lugar A ao lugar B no mais rápido que o atleta consiga.

    Posto isto, o atleta João Colaço, pelo que leio na noticia, ter-se-á perdido do trajecto do percurso e com isto perdido algum tempo que lhe terá custado as duas posições relatadas… …ora é uma corrida, tenha 170 kms ou 170 metros, não era de esperar que os outros atletas aproveitassem a “folga”?

    O “espirito de trail” que também se encontra no “espirito de estrada”, depende especialmente de quem participa. Volto a dizer, num treino era de esperar que o João Colaço se sentisse desiludido (até eu ficava se acontecesse comigo), mas numa prova? Numa prova é suposto competir-se, é para isto que elas existem.

    Um abraço Nuno!

    • 24/07/2015
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      Concordo contigo Sérgio, uma competição é para competir e ponto final. No entanto compreendo também o desabafo do João, visto que no “espírito do trail” a camaradagem era, talvez, bem mais importante que estes sprints ao fim de 170km de prova, e para mais nesta prova em particular onde há um histórico de situações em que isso aconteceu. Diria que com a globalização da corrida de montanha/aventura, a competição vai ser cada vez mais feroz e o “espírito do trail” terá tendência a desvanecer. Isso, eventualmente, levantará outro problema para as organizações, do tipo quando um dia um atleta de topo tiver um azar e o que vem atrás passar por ele e o ignorar…

      • 24/07/2015
        Reply

        Para mim a “desilusão” do atleta João Colaço, numa prova, não têm fundamento! Num treino teria sim, e muito! Mas numa prova não têm…

        Imagina um dos seguintes exemplos (desvaneios) que te vou dar, numa maratona de estrada o Quéniano que vai à frente perder-se por algum motivo e quando volta-se ao percurso da prova já lhe tinham passado 5 ou 6 atletas, alguma vez estes iriam esperar pelo “ai Jesus” da estrada?

        Ou ainda agora à bem pouco tempo a atleta que bateu o record do mundo em pista, por algum motivo, tivesse de abrandar (tivesse-se perdido ou parado para atar os ténis), alguma vez na vida as outras atletas iam esperar por ela?

        O “espirito de trail” e também o “espirito de estrada” existem porque as pessoas os fazem, não pelo tipo de terreno onde correm.

        O problema, e mais uma vez friso que é a minha opinião pessoal, é que muitos dos atletas, especialmente em provas de trail, mas também acontece em estrada, vão participar como se dum qualquer treino ou convívio se tratasse! E eis o verdadeiro motivo de depois ficarem “desiludidos”, se estão numa competição (estrada, trilhos, ou outros) quem participar, devia ter, mais que não seja para si, o objectivo de de superar a si mesmo!

        Respeitante ao que vou dizer de seguida, não estou a dizer que seja o caso do atleta João Colaço, mas como o que acontece, é que existem centenas de pessoas que vão para provas, como se de um passeio ou treino com os amigos se tratasse, e isto é tão frequente, que tenho tido conhecimento que existem provas onde as organizações se “furtam” de responsabilidades, pois estão a contar, que em caso de algum azar, os atletas vão ajudar uns ao outros!

        Éticamente falando, acho muito bem, é um gesto muito altruista que alguém abandone a sua prova para socorrer alguém em necessidade! Isto é o que penso! Mas dai as organizações “relaxarem a segurança” dos atletas, exactamente porque estão a contar com o “espirito trail, espirito de estrada, ou qualquer outro espirito”, bem… ai não estou nem um pouco de acordo. Mas nem um pouco mesmo!

        Abraço,

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