A caminho de Santiago II

O sol estava quentinho na esplanada onde parámos para o almoço em O Porriño, talvez a nossa pior refeição ao longo desta aventura, o que retemperou o ânimo para a etapa da tarde.

Seguíamos sabendo onde gostaríamos de chegar, mas sem sermos rigorosos no objectivo de chegar a determinado lugar. Seriam as pernas e a vontade a ditar o locar onde pernoitaríamos.

Já passavam das 15h30 quando partimos tranquilamente rumo a Redondela.

No meu pé esquerdo reinava já uma bonita bolha, fruto de mais uma idiotice minha ao utilizar uns ténis que sabia terem uma palmilha danificada, o que motivou uma ida ao supermercado para comprar uns pensos e álcool para tentar remediar a situação.

O percurso até Redondela foi animado com a observação de alguns cruzeiros e a Igreja de Santa Eulália.

Ao longo de todo o caminho até Santiago encontrámos muitas igrejas e capelas que gostaríamos de ter visitado mas, curiosamente, encontravam-se sempre fechadas, fosse a que hora do dia fosse.

O por do sol tinha ficado para trás enquanto percorremos uma longa estrada que ligou O Muro a Redondela, e chegámos aqui já de noite.

O cansaço já se fazia sentir nas pernas e tínhamos agora duas opções, ficar em Redondela ou seguir mais 4Km até Soutoxuste onde sabíamos existir um hotel muito tranquilo com vista para o mar, bonita para o despertar e inspirar as etapas do dia seguinte.

Parecia pouco, a Marisa que tem menos experiência nestas maratonas sentia-se bem, mas quando se vai com quase 40Km nas pernas mais 4 Km podem fazer toda a diferença. Ponderámos os pros e contras e decidimos seguir até Soutoxuste. Iriamos fazer mais 4Km que a etapa oficial, mas no dia seguinte já estariam feitos pelo que nada se perdia tudo se adaptava.

Um pouco como previ estes 4 Km foram longos, muito longos. A Marisa quebrou e acabámos demorando mais de uma hora para chegar ao nosso destino. Lá chegados estávamos como se tivéssemos terminado de correr uma maratona a bom ritmo. Não foi isso mas tínhamos caminhado cerca de 44Km e quando parámos parece que todo o cansaço do dia se acumulou naqueles 30 minutos seguintes.

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Uma canja e um polvo à galega (muito fresquinho), acalmaram o estomago e permitiram que o colchão macio da cama fosse ainda mais bem apreciado (como se tal fosse necessário…).

O cansaço tornou a nossa noite muito calma e tranquila, era tempo de recuperar e não desanimar para o dia seguinte. O objectivo era sair às 7h00 mas mais uma vez esse objectivo não seria cumprido.

Terminámos o primeiro dia do Caminho com 44Km nas pernas.

(Continua)

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Cliquem aqui ou na imagem em baixo, escolham o meu nome para votar no Off The Beaten Track, vão até ao final da página e sigam as instruções que lá estão para concluir a votação e já está.

Agradeço desde já a vossa participação.

Continuação de bons treinos e de boas aventuras!!!

Sobre mim…

Chamo-me Nuno Gião e sou um atleta de pelotão que gosta de correr longas distâncias. Se há uns anos atrás me tivessem dito que ia correr uma meia maratona eu chamaria louca a essa pessoa. Imaginem se me dissessem que em 2014 iria correr uma prova 100 Km... Actualmente corro Ultra Trails, participo em desafios de endurance na natureza e é sempre uma enorme satisfação que cruzo as mais fantásticas paisagens. Tento superar os diversos desafios a que me proponho. A vida é demasiado curta e bonita para ser desperdiçada sentado num sofá.

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