Desde Junho até agora foram vários os treinos longos que realizei com o objetivo de preparar a participação no Paris Brest Paris. O mais longo foi uma mítica Volta ao Algarve em Bicicleta.
O objetivo era fazer um desafio conhecido como Algarve Bikepacking Challenge, procurem no facebook a página deste desafio, uma espécie de Portugal Divide mas apenas pelo Algarve.
É claro que à boa maneira randonneur o meu objetivo era fazer os 500km de seguida e não por etapas.
Assim, aproveitei a minha estadia pelo Algarve e tentei escolher o melhor dia para dar inicio a este desafio, sendo que toda a semana foi de ventos fortes e pouco propicia a voltas como esta.
De qualquer modo tinha de treinar, e pedalar contra o vento é um treino como outro qualquer. Decidi iniciar o percurso depois de jantar com saída da Manta Rota. Tinha previsto descansar e dormir toda a tarde neste dia, mas a visita inesperada da equipa de jardinagem para cortar a relva do condomínio fez com que iniciasse esta volta sem qualquer descanso significativo.
Comecei em direção a Vila Real de Santo António, e depois para norte rumo a Alcoutim. Tudo tranquilo e por estradas já conhecidas de outras voltas.
Depois começou o primeiro grande desafio, cruzar o Algarve de esta a oeste, passando pelo Ameixial, o Café do Germano em Loulé, Silves, Monchique, subir ao Alto da Fóia, e finalmente a Arrifana.
De Alcoutim até Silves, foram cerca de 130 Km numa noite morna, mas com um vento forte de Oeste para Este, o que dificultou bastante a progressão. A escolha do percurso, que foi feita por mim, talvez também não tenha sido a melhor, já que tive de descer e subir bastantes pendentes com mais de 10%, algumas com mais de 14%, o que me fez chegar a Silves já com mais de 2000 metros de desnível positivo.
A subida para o alto da Fóia foi lenta mas firme, com direito a um belo pequeno almoço em Monchique.
Depois foi rumar à Arrifana, com belas subidas pelo meio. Próximo objetivo o Cabo de São Vicente, onde cheguei no meio de uma ventania monumental, boa para velejar, mas imprópria para dar ao pedal. Rumei para a Ponta da Piedade em Lagos onde, nos arredores, jantei uma bela Pizza. Contudo, à medida que a noite avançava, o terreno acidentado do Algarve começou a desgastar a minha paciência e energia. Em Albufeira, tomei a difícil decisão de não completar todos os pontos do Algarve Bikepacking Challenge, rumando diretamente para Manta Rota.
Fiz o melhor caminho até à Manta Rota, tendo terminado o treino com 493 quilómetros e quase 6000 metros de desnível positivo. Mais do que os números, o que fica é a certeza de que foi uma preparação intensa e desafiante, a poucas semanas do Paris-Brest-Paris.
Foi um bom pronuncio para o Paris Brest Paris. Até lá!
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